A dependência química é um problema presente em diversas metrópoles do Brasil. Alucinógenos como o crack podem causar hipertensão, problemas cardíacos, Acidente Vascular Cerebral (AVC) e enfisema, mas muito mais que um problema de saúde, as drogas também são um problema social, capaz de destruir famílias inteiras e fragilizar os laços de uma sociedade.
Para combater esse a Prefeitura Municipal de Belém tem investido e incentivado projetos para não só eliminar a dependência química, mas também ressocializar e acolher as pessoas afetadas por ela.
O programa Belém pela Vida, em parceria com diversas secretarias e com o apoio da Secretaria Nacional sobre Drogas (Senad) iniciou nesta quinta-feira,9, o VI Fórum Intersetorial do Município de Belém, uma reunião importante para discutir as melhores estratégias para integrar e salvar as pessoas que são dependentes químicas.
"Um dos nossos principais projetos chama-se ‘Dá pra fazer’, onde uma república será criada para abrigar usuários que estejam morando na rua. Tudo isso graças ao convênio com o governo federal, que está repassando o valor de um milhão e duzentos mil reais, para iniciar essa primeira parte do projeto que é realizado pela Prefeitura de Belém”, explica o coordenador geral do programa Belém pela Vida, José Maria Lima.
O coordenador informou ainda que o programa vai realizar um fórum interreligioso para reunir as igrejas que já realizam um trabalho voluntário nas ruas de Belém, fazendo a distribuição de comida e roupa. O objetivo é interligar esse serviço social ao programa Belém pela Vida.
“Estamos também com um projeto de levar as pessoas com dependência química e moradores de rua para as salas de projeção do cinema Olympia, onde além de filmes elas vão assistir um vídeo que mostra o que é a comunidade terapêutica onde eles podem fazer o tratamento. É uma estratégia para convencer os moradores de rua a fazerem parte do programa, porque eles não podem ser obrigados, eles têm que ir pela vontade deles", observa José Maria Lima.
A interlocutora da Senad, Melissa Azevedo, destacou a finalidade do fórum. "O nosso principal objetivo é o fortalecimento das redes intersetoriais. Nosso projeto chega a um município e através de um articulador local há uma interlocução para identificar os espaços em que se encontram pessoas com problemas de drogas e alcoolismo. A ideia é criar uma rede social de apoio interligando entidades religiosas, sociedade civil, governo, todos juntos pensando em intervenções locais”, disse Melissa.
De acordo com a representante da Senad, esse tipo de ação conjunta é muito potente para fortalecer a rede social do usuário de drogas, e orientar o servidor público, seja ele do Creas, da saúde, da assistência social ou da educação a trabalhar melhor a sua função.
O projeto "redes" já está instalado em 18 municípios em todo o território nacional, sempre em cidades com mais de 200 mil habitantes. Na região Norte, Belém e Palmas estão sendo as primeiras cidades a serem contempladas.
Texto: Bruno Menezes
 
								 
															 
								 
															 
								 
								 
								