Ser voluntário é mais do que doar tempo: é doar cuidado, presença e humanidade. Em Belém, a atuação da Prefeitura através da Defesa Civil municipal, que hoje conta com cerca de 1.600 voluntários ativos, é exemplo de como o serviço voluntário pode transformar não apenas a realidade de comunidades vulneráveis, mas também a vida de quem escolhe servir.
E a rede continua crescendo: mais 400 pessoas estão em processo de formação e certificação e deverão integrar oficialmente o time de voluntários até o Círio de Nossa Senhora de Nazaré, em outubro. A expectativa é reunir 2 mil voluntários capacitados para atuar com segurança e eficiência durante a maior manifestação religiosa da Amazôni
No Dia Nacional do Voluntariado, comemorado hoje, 28 de agosto, o órgão celebra não só os números, mas principalmente as histórias de quem está por trás das ações que protegem e acolhem a população em momentos de crise.
“A gente trabalha com metas. A nossa meta agora é o Círio de Nossa Senhora de Nazaré. Vamos trabalhar com 2 mil voluntários, e essa meta já está estabelecida”, explica Vitor Magalhães, superintendente da Defesa Civil de Belém. “Esses voluntários fazem toda a diferença. Eles são o coração da nossa atuação em campo”.
“Nosso objetivo a médio e longo prazo é expandir ainda mais esse grupo. Queremos alcançar uma base sólida de apoio para grandes eventos, como o Círio e a COP 30, e também para as ações rotineiras nos bairros da cidade”, completa Vitor Magalhães.
Crescimento e qualificação para servir melhor
Desde o início de 2025, a Prefeitura de Belém, por meio da Defesa Civil, implementou uma série de mudanças estratégicas com foco na prevenção, capacitação e resposta rápida. Entre as inovações, estão a criação de um programa educativo para prevenção de desastres, um centro de acolhimento para vítimas de emergências e a formação continuada dos voluntários.
Entre os cursos oferecidos, estão capacitações em combate a incêndio, primeiros socorros e transporte de vítimas – todos ministrados por profissionais qualificados. Ao final de cada curso, o voluntário recebe certificação reconhecida, o que agrega valor não apenas à atuação, mas também à trajetória pessoal e profissional de cada um.
Durante uma aula demonstrativa na sede da Defesa Civil, os voluntários entrevistados — Denise, Rafael e Carol — participaram de uma formação prática em primeiros socorros, ministrada pelo Diretor Operacional subinspetor Pereira. A atividade incluiu orientações sobre atendimento inicial a vítimas, uso correto de equipamentos e procedimentos de segurança em situações de emergência.
“A preparação técnica é fundamental para que os voluntários atuem com segurança e confiança nas ocorrências. Nosso compromisso é oferecer conhecimento prático e acessível, porque sabemos que, em uma situação real, cada segundo conta. E é gratificante ver o engajamento e a dedicação de cada um deles”, destacou Pereira.
Histórias que inspiram: Rafael, Carol e Denise
Crédito: Grazi/ Secom

Um dos rostos por trás dessa rede de solidariedade é o de Rafael Augusto Furtado Lopes, de 28 anos. Bombeiro civil de formação, ele viu no voluntariado uma chance de aplicar seus conhecimentos e crescer como ser humano.
“Fiquei muito feliz em poder contribuir com meu tempo e habilidades para ajudar a proteger e amparar a comunidade”, conta Rafael. “Quero ajudar as pessoas e trazer qualidade de vida para elas. Além disso, sei que essa experiência pode me abrir portas no futuro.”
Crédito: Grazi/ Secom

Quem também encontrou no voluntariado uma missão de vida foi Íris Carolina dos Santos, de 38 anos, bombeira civil ativa e voluntária da Defesa Civil. Carol já conhecia o trabalho, mas só agora, na nova gestão, decidiu se engajar.
“Foi através do superintendente Vitor Magalhães e do diretor operacional Pereira que pude conhecer mais de perto esse trabalho tão importante. Os cursos que recebemos são ministrados por profissionais qualificados, e isso faz toda a diferença. Atuamos com segurança, técnica e qualidade”, relata Carol.
Para ela, o trabalho voluntário vai além da ação direta. É uma forma de se reconectar com a comunidade e consigo mesma. “Esse trabalho mudou minha vida e minha visão de mundo. Faço tudo com amor, respeito e dedicação. O voluntariado nos traz recompensas imateriais de valores incalculáveis.”
Mas há histórias que não apenas inspiram, revolucionam a forma como enxergamos inclusão e representatividade. É o caso de Denise Possa, de 31 anos, autista e voluntária da Defesa Civil. Sua trajetória até aqui é marcada pela superação e pelo desejo profundo de abrir portas para outras pessoas como ela.
“Antes de chegar à Defesa Civil, eu não era bem aceita em muitos lugares”, relata Denise. “Mas o voluntariado veio para mim de uma forma gratificante. Criei um grupamento voltado ao acolhimento de pessoas com autismo, pessoas atípicas e neurotípicas. Foi através desse projeto que encontrei a Defesa Civil — e eles me acolheram.”
Crédito: Grazi/ Secom

Hoje, Denise recebe apoio institucional tanto para seu projeto quanto na sua atuação como voluntária. “Eles me dão todo o suporte que eu preciso. E ser voluntária autista me dá a chance de mostrar para outras mães que seus filhos podem sim alcançar seus objetivos”, diz.
Ela conta que muitas mães se aproximam para compartilhar suas angústias e esperanças. “Elas dizem: ‘Nossa, o meu filho vai ser alguém. Através de você, eu percebo que ele também pode’. Isso é o mais importante pra mim. Mostrar que tudo depende da família e das oportunidades — e aqui na Defesa Civil, essas oportunidades existem.”
Uma rede que cresce com a cidade
O trabalho dos voluntários é essencial não só nas grandes emergências, mas também nas ações do dia a dia, em comunidades vulneráveis, escolas, centros de saúde e eventos de grande porte. Com a chegada do Círio de Nazaré, em 12 de outubro, a mobilização já começou.
A expectativa é reunir até 2 mil voluntários para auxiliar na segurança, organização e apoio às milhares de pessoas que participam da maior manifestação religiosa da Amazônia.
“O voluntariado é uma engrenagem vital para a Defesa Civil. São essas pessoas que nos ajudam a estar presentes em todos os cantos da cidade, levando orientação, acolhimento e suporte”, afirma o superintendente Vitor Magalhães.
Todos podem fazer a diferença
O Dia Nacional do Voluntariado, instituído pela Lei 7.352 de 1985, é uma homenagem àqueles que, de forma altruísta, dedicam seu tempo e energia ao próximo.
Em Belém, a Defesa Civil tem mostrado que esse espírito de solidariedade está vivo e em expansão. Com formações contínuas, estrutura de apoio e planejamento estratégico, a cidade fortalece uma rede de cuidado e prevenção, na qual cada voluntário se torna um agente de transformação social.
Se você também quer fazer parte dessa rede e ajudar a proteger a sua comunidade, procure a Defesa Civil de Belém e saiba como se tornar um voluntário. Servir é um ato de amor — e todos podem fazer a diferença.